O Clubhouse levantou a orelha das equipes de marketing em empresas ao redor do mundo, que a essa hora estão pensando em como explorar o novo app. A nova rede não veio para competir com o Facebook, Instagram ou Twitter, que se baseiam em outras linguagens. Saber como tornar a conversa por áudio interessante para o público que você busca é a questão de ouro no mundo dos negócios.
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Lançado em março de 2020 pelos norte-americanos Paul Davison, empreendedor do Vale do Silício, e Rohan Seth, ex Google, o Clubhouse viu sua ascensão no começo desse ano com a presença de gente como Elon Musk, Mark Zuckerberg, Oprah Winfrey, Drake, Ashton Kutcher, Anitta, Luciano Huck, Boninho e outras celebridades. Avaliada em US$ 100 milhões de dólares, o Clubhouse agora tem valor estimado em US$ 1 bilhão de dólares, segundo o site de negócios The Information.
Desde o seu lançamento, foram 8 milhões de downloads em todo o mundo, segundo a empresa de análise de mercado móvel App Annie. Destaque para Reino Unido, Alemanha, Japão, Brasil e Turquia, países que mais baixaram o Clubhouse.
Até pela sua caraterística, é possível participar do Clubhouse enquanto faz outras coisas. O app pode ser usado também como segunda tela: enquanto acontece um evento, salas abertas discutem em tempo real o que acontece lá. Os áudios não ficam gravados, o que dá toda uma espontaneidade ao aplicativo.
O próprio app sugere ao usuário as salas que ele poderia seguir, com base no seu perfil e amizades.
Até o momento, só quem usa Iphone e ainda com convite exclusivo é que consegue se cadastrar na rede social. Uma vez lá dentro, é possível criar os seguintes tipos de salas:
- Abertas: Qualquer usuário pode entrar.
- Sociais: Apenas para quem você segue.
- Privadas: O usuário escolhe quem pode participar.
O Clubhouse não permite a criação de perfis institucionais. A princípio, o que pode parecer um dificultador para as marcas explorarem o app, vem, na verdade, de encontro ao estilo das redes sociais nos últimos tempos. Mais proximidade, conteúdo e personalização do contato com o público.
Com uma proposta mais horizontal, a tendência é que o Clubhouse promova interações mais qualificadas, menos focadas em likes e seguidores.
Como as empresas podem usar o Clubhouse
Humanizar o contato é, não só o caminho, mas o jeito. Como o Clubhouse não possui salas institucionais, será preciso trabalhar o jogo de cintura dos porta-vozes das empresas interessadas na mídia. O feedback real e imediato de 5 mil pessoas vale ouro!
É importante fugir do estilo SAC ou FAQ. No Clubhouse, a marca precisa ser ativa e propor os debates com perspicácia para escolher temas que atraiam seu público, oferecendo atendimento customizado a cada voz que apareça.
Dividir as salas entre topo, meio e fundo de funil é uma tática inicial. Comece abordando assuntos amplos que englobam a paleta de interesse do seu público. Outras salas podem discutir especificamente detalhes do seu produto recém-lançado ou para novidades do próximo modelo.
São numerosas as possibilidades de uma marca estar presente no Clubhouse:
- Prestação de serviço.
- Entretenimento para o seu público-alvo.
- Dúvidas sobre seu produto em tempo real.
- Aulas, tutoriais customizados.
- Painéis sobre negócios, com os executivos da empresa.
Além do baixo custo, o Clubhouse pode ser um trunfo porque possibilita formas de correção de rota.
Audi e Nescau foram as primeiras
A Audi discutiu carros elétricos e teve mais de 1.000 pessoas na sala em 90 minutos de transmissão.
Já a Nestlé realizou a 1ª edição do ‘Nescau Sports Talks’. O evento trouxe a paratleta Verônica Hipólito e a ginasta Flávia Saraiva, embaixadoras da marca.
Esses são alguns bons exemplos iniciais de como as empresas podem diversificar a comunicação com seu público-alvo. O melhor de tudo é que a criatividade vai precisar entrar em campo.
Senso de improviso
As marcas adotam posturas de utilizar os funcionários como porta-vozes, personificando sua identidade e estimulando discussões de impacto para seus negócios.
“Você pode usar o Clubhouse para qualquer etapa. No topo do funil, você pode usar discussões genéricas, como a era dos carros elétricos. Já na próxima etapa, de consideração, poderíamos criar uma sala falando sobre um produto específico, como o novo Audi A4″.
Personificar a identidade da marca é uma jornada a ser trilhada providencialmente no Clubhouse como estratégia de branding, levando a aumento do awareness e fortalecimento da reputação.
Ideias para marcas colocarem em ação no Clubhouse:
1. Salas temáticas com assuntos de interesse.
2. Eventos.
3. Programas de entrevistas.
4. Seminários e palestras.
5. Parceria com influencers, produtores de conteúdo e formadores de opinião, para mediação de bate-papos e palestras.
6. Convidar público estratégico para debates e ações de impacto social realizadas pela empresa.
7. Lançamento e investigação de novas experiências da marca com seus utilizadores.
8. Conversas genéricas das lideranças da empresa com público estratégico.
Acima de tudo, o Clubhouse é uma boa oportunidade das marcas reinventarem as estratégias de marketing. Mãos, ou melhor, gogó, à obra!